Há dias ouvi alguém falar de Marylin Monroe.
As palavras vinham cobertas de admiração - porque ela era linda, porque era [e é] um sex symbol, ou até porque motivou as tropas norte-americanas em guerra e teve um caso com o Presidente!
Os argumentos pediam a concordância, até porque [felizmente] não houve quem dissesse que Marilyn Monroe tinha uma voz linda ou que era uma excelente actriz.
Enquanto ouvia dizer o quão "espectacular" ela era, dei por mim a pensar em todas as mulheres que, por falta de uma melhor expressão, a colocam num canto. Nina Simone fá-lo-ia num segundo e Ingrid Bergman superá-la-ia mesmo sem querer, mas se há uma mulher [na história do espectáculo, da música e da encenação] inquestionavelmente mais poderosa que Marilyn Monroe - pela sua história de vida pessoal e profissional - essa é, sem dúvida Maria Callas. Venha quem vier, quer do seu tempo, quer anterior ou posterior ao seu tempo - esta mulher é PAIXÃO.
"I am not an angel and do not pretend to be. That is not one of my roles. But I am not the devil either. I am a woman and a serious artist, and I would like so to be judged."
Maria Callas