Há alguns anos, por apreço a Jane Eyre de Charlotte Brönte, comprei o filme baseado nessa mesma obra.
Parece-me muito natural a sensação de desilusão que surge logo após a visualização de um filme que tenha sido baseado num romance. Há sempre qualquer coisa que falta ou falha, não era bem assim que se imaginava as coisas, o realizador poderia ter feito melhor e os actores podiam ter sido outros. Enfim, diria que estes comentários são habituais, ainda que quem os diz, por vezes, acredita ser original nesse modo de pensar.
Pessoalmente, este filme não foge a comentários semelhantes – aliás, eu acrescentaria de bom grado uns poucos adjectivos depreciativos a esta medíocre adaptação...
Ainda assim, já diz o velho ditado, há males que vêm por bem – e assim foi. Quando se quer comentar algo, convém conhecer um pouco mais, ainda que não se goste – assim, como consequência da curiosidade para saber mais acerca deste filme, fui ao encontro de Charlotte Gainsbourg. Confesso e cito o comentário mental deste meu primeiro encontro: “Oh, não... mais uma actriz que quer ser cantora, ou cantora que quer ser actriz...”
As primeiras impressões são tramadas e, às vezes, convém lutar um pouco a favor das segundas. Foi assim que dei por mim a ouvir esta “cantora-actriz/actriz-cantora” e, ainda que o seu tom se aparente monótono para alguns, há qualquer coisa naquele som que me agrada.
Em IRM, surge uma colaboração com Beck – e foi assim que tive de encontrar um espacinho no soalho para guardar mais um som.
Heaven Can Wait, ainda que nos mantenha no purgatório, deixa um sentimento positivo, que nos faz sorrir, mesmo que levemente.
"Heaven can wait and hell's too far to go
Somewhere between what you need and what you know"
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