Li algures que o Slash considera a Fergie a melhor cantora dos últimos 15 anos. Ora, lá que a moça canta, não há dúvidas. O seu talento é [quase que] indiscutível, ainda assim, para que eu concordasse com Slash, teria que, muito provavelmente, estar sob o efeito dos mesmos estupefacientes que ele...
Com isto, coloco uma questão já conhecida, que dificilmente desaparecerá. Pergunto: “Se ela [a Fergie] tivesse uns 20 kgs em cima daquele fantástico corpo, será que o comentário se manteria?” Pois, correndo o risco de ofender Slash, tenho as minhas dúvidas...
Com algum receio, critico este consumo de música “pela visão” – porque, para alguns, é bem mais agradável ouvir uma voz vestida de um belo corpo e cara bonita.
Afinal de contas, [seguem-se aqueles exemplos voluntariamente simplistas e que generalizam a questão] the Beatles tinham uma legião de fãs [femininas] a comprar os seus álbuns, e quase que aposto que não era [só] pela complexa composição de Yellow Submarine, ou pelas suas vozes extraordinárias...
De forma ainda mais vulgar e evidente, o público americano preferiu Lee DeWyze a Crystal Bowersox – eu sei, gostos não se discutem... Assim, e infelizmente, por vezes há cantores que ficam para trás pois a aparência não está ao nível desses gostos...
Houve quem cantasse “video killed the radio star” e, ainda hoje, há vozes que se vêm esquecidas ou ignoradas por um público sedento do que é agradável aos seus olhos.
Com isto, chego a Adele – o exemplo de uma voz “ignorada” por muitos [e esquecida pelo Slash, aquando do seu comentário], pois, manda o ideal de beleza da nossa sociedade, parece não ser apelativa visualmente.
“Gosto da voz, mas a canção é uma seca”, foi o que pensei quando ouvi, pela primeira vez, Chasing Pavements. Ainda assim, guardei espaço para ouvir restantes sons de Adele e, com Hometown Glory, este soalho criou um lugar especial para os sons de uma artista lindíssima [sim, porque gostos não se discutem, ela é lindíssima!]!
Hometown Glory surgiu aquando da minha decisão de regressar a esta cidade e sustentou a vontade de aqui permanecer, sem o sentimento de estranheza. Esta canção tornou-se assim um hino pessoal à cidade que acolhe a lembrança da adolescência e – entre ruas, pessoas e lugares – criará novas memórias.
Slash poderá nunca ter ouvido Adele – mas aqui, quem perde é o senhor da cartola.
2 comentários:
do belo!!!!!! só gostava de saber onde raio vais buscar estes grupos!( ou então sou eu mesmo que ando só de cabeça no ar!!! )
:D
mas... eu até ando super desactualizada - a minha sorte é que não me importo nada de estar um pouco presa ao que já é considerado "antigo"!
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