quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Fiona Apple

Lembro-me de quando trabalhava na República Checa – durante umas largas semanas, era o único som que ouvia. Fazia questão de passar à frente qualquer álbum que tivesse no leitor de mp3, só para ouvir Fiona Apple.


Por vezes tenho saudades daquele país e, ainda mais, de passear pelas ruas de Praga – de observar os turistas e estranhamente sentir-me bem, como se aquela cidade fosse minha, como se eu [apesar de ser Portuguesa de gema] fizesse parte dela.

Essa saudade estende-se a Fiona Apple – um talento que se encosta ao génio – é, sem dúvida uma Extraordinary Machine! Com os pés claramente assentes na terra [pois se não soubesse o que estava a fazer, não o faria tão bem...], criou pequenos contos de vidas que poderiam ser as nossas.

E é por isso que pergunto “o que lhe aconteceu?” – três albuns é, digo eu, muito pouco! Muito pouco para quem cria canções brilhantemente viciantes e – provavelmente contra as expectativas de alguns – ainda não morreu de uma overdose ou de qualquer outra tragédia...
Repito: “é muito pouco!” Será abusivo pedir que ela nos apresente algo mais?

Da mesma forma que, há alguns anos, ouvi incansavelmente os mundos que Fiona Apple nos oferece, ainda hoje mantenho aqueles álbuns no meu leitor de mp3. Há canções que deixaram fendas e lascas neste soalho: Shadowboxer obriga-me a fechar os olhos e deixar as borboletas na barriga voarem num remoinho de emoções – do início ao fim. Já Limp, carrega uma violência inexplicavelmente sensual desde a primeira palavra... E, não posso terminar sem mencionar Window – porque a surpresa de uma ingenuidade revoltada, aconchegada num som que nos vislumbra, é sempre benvinda!

E assim, enquanto Fiona Apple não nos presenteia com mais um álbum, fico-me a [ouvir] para sonhar...
 

3 comentários:

Anónimo disse...

muito bom... não conhecia Fiona Apple.

adorei o teu espaço!

beijito

Joao Nuno Silva disse...

Excelente lembrança, também ando com saudades da Fiona, :)

Ana disse...

:D
da mesma forma que vale a pena conhecer coisas novas, relembrar o já feito também tem o seu valor!