terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jeff Buckley

Em 2006 ou 2007 postei alguns no fórum da Blitz. Mais tarde, e após vários e-mails, consegui eliminar a minha conta daquele site. Restam os textos que partilharei aqui.

Há artistas que prefiro ignorar. Se tivesse que optar, preferia usar determinados CDs como pires de chávena de café a ouvi-los.

Mas não me limito apenas um estilo de música ou a um artista. Fazer isso é ofender esta arte. A maravilha da música é que nos dá o que queremos – seja lá o que isso é – a qualquer momento. No entanto, há sempre um ou outro músico que enaltecemos com mais alento.
Para mim, é impossível louvar certos artistas. Não porque não merecem, mas porque qualquer homenagem parece insuficiente. No meu caso, o que quer que diga acerca de Jeff Buckley, é eufemismo.

Provavelmente já senti suspiros mais arrepiantes. Mas este é único e vai perdurando. Mesmo que previsível, surge sempre como uma brisa pesada, mas que dá uma sensação insubstituível. Esqueço-me de respirar e, num segundo, habito naquele momento tão gelado que arde. É isso que procuro na música. É isso que Jeff Buckley me oferece: uma sensação de liberdade que chego a desejar ficar algemada a esse momento. Largar a noção de uma vida, abraçar o arrepio que fluí da canção até mim – àquela parte de mim que nem sei quem é. É isso que procuro na música. E é isso que Jeff Buckley me oferece. Infinitamente.

"Music is my mother...and my father...it is my work and my rest...my blood...my compass...my love." – é isso que se comprova em cada canção de Jeff Buckley.

Para quem conhece, sabe que não vale a pena apresentar exemplos. Para quê? Teria de listar todas as canções da sua criação. E, claro, todas as covers da sua autoria. De um modo geral não sou apologista de covers. No entanto, sou incapaz de ouvir Hallelujah sem achar que é o éden das covers. I shall be released é sublime na voz de Bob Dylan, mas é com Jeff Buckley que sinto a sua essência e tudo faz sentido.

Ouvir Jeff Buckley é sentir a saudade de algo ainda não vivido. Um desassossego que vicia e que deixa réstias de uma paz perdida mas nunca esquecida. E quem já ouviu sabe que é bem mais do que isso.
Enfim. É impossível louvar alguns artistas, mas as suas criações fazem-no por si só.
Jeff Buckley é um.


1 comentário:

O Sal da minha Terra disse...

Adorei o k escreveste sobre o jeff buckley. Tb adoro as suas musicas e tb acho indiscritivel o k ele nos faz sentir atraves da sua musica. Parabens pelo texto.